A formação inicia-se com “o programa já está dado” e realmente os
formandos/professores já teriam as ferramentas necessárias para a diferenciação pedag ógica
que é sempre necessária. Através da partilha de atividades que os professores utilizam desde o
pré-escolar ao terceiro ciclo e secundário verificou-se que é possível e até frequente usar
metodologias de diferenciação pedagógica. Ter turmas homogéneas é algo ilusório, todos os
dias na prática profissional deparamo-nos com turmas que incluem alunos com experiências,
personalidades, idades, estruturas cognitivas diferentes e a quem temos de dar resposta no
sentido de tornar mais significativo aquilo que aprendem e apreendem. Se a tudo isto das
turmas ainda fizerem parte alunos com necessidades educativas especiais, mais desafiante se
tornará a tarefa de ensino-aprendizagem e a diferenciação pedagógica será imperiosa. A
realização de metodologias diferenciadoras de aprendizagem requer um gestão cuidada do
que se irá implementar, torna-se necessário o conhecimento inicial do aluno (interesses,
experiências...) e a preparação de atividades assentes na autonomia e flexibilidade com
objetivos claros e atrativos . É claro que que tudo isto pode significar nada, se a/as atividade (s)
em causa não forem ao encontro das reais necessidades do aluno. Por isso a necessidade de
ajustarconstantemente as competências iniciais ao ritmo individual de cada um, como se de
uma caixa de ressonância se tratasse. Por outro lado trabalhar a autonomia e o envolvimento
em tarefas por parte do aluno não é fácil, pois os alunos não estão habituados a pensar por si.
Na maioria das vezes os processos assentam naquilo que já está desenhado “pelo programa”
assentando num ensino dirigido e o próprio tempo e a oportunidade para implementar
diversas estratégias podem não ser os adequados (turmas demasiadamente grandes, falta de
recursos materiais e humanos, falta de recetividade das estruturas educativas...), no entanto,
tal como foi referido no contexto da formação, o professor “terá que se habituar ao
desconforto”, fazendo a melhor gestão do que tem à disposição e acreditar que tudo o que é
feito poderá ajudar a construir a curto ou a longo prazo algo que muitas vezes é desprezado
quando se fala de avaliação... a melhoria das relações interpessoais a possibilidade de os
alunos desenvolverem a sua autoconfiança e automatização.
Sara Bastos
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